quarta-feira, 16 de março de 2011

A Língua Portuguesa nos Negócios

“Fora da língua natal ninguém respira amplamente - tudo o que existe vive da existência do verbo.”
Anne Noailles

Karol Józef Wojtyła,o papa João Paulo II, foi a minha influência pelo interesse em aprender línguas, eu ficava maravilhada por ele ser um poliglota, ele sabia falar os idiomas: italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polonês, sua língua natal.

Na minha adolescência, assim que li em uma reportagem sobre ele ser poliglota resolvi que também o seria. Na mesma época decidi ser freira, porém a minha mãe me convenceu de que eu não tinha vocação, sempre fui um tanto quanto contestadora, acabaria sendo expulsa. Mas poliglota eu poderia ser desde que produzisse netos (ainda não produzi nenhum, mas acordo é acordo, e um dia desses hei de cumpri-lo!).

Apesar de poliglota, estou ainda muito longe do conhecimento de todas aquelas línguas que o papa tinha, embora tenha interesse por todos os idiomas, e um apreço especial pelo meu idioma natal: o português.

A aldeia global nos convida a ter um segundo idioma, há uma corrida para aprender o inglês, ele é até cobrado para algumas vagas, mesmo que não venha a ser utilizado. Mas ninguém cobra o português, poucas empresas fazem testes, mesmo que seja uma redação despretensiosa.

Resultado: cada vez menos pessoas sabem utilizá-lo.

Devo cometer meus erros, não sou infalível, mas, em geral, eu o utilizo bem.

O nosso idioma é uma forma de expressão! Nas empresas é uma forma de comunicação poderosa. Imagine o desastre que seria um comunicado do presidente da sua empresa com dupla interpretação no texto ou sem nexo.

Pois bem, já recebi vários e-mails em que eu não conseguia entender o que a pessoa desejava, sem ter que ligar e perguntar. Estavam mal escritos. Nem usando meus super poderes de dedução eu pude decifrá-los. E eu não estou falando de operários semi-analfabetos, estou falando de pessoas com nível universitário. Por mais que as universidades não sejam responsáveis pela alfabetização, pressupõe-se que elas passaram pelo ensino primário e médio, respectivamente.


Na arte de modelar processos, um dos resultados apresentados é uma documentação dos processos. Portanto, essa documentação pode ser lida por todos na empresa, desde o mais alto escalão até o mais baixo.

A grande maioria dos analistas de processos considera preciosismo a preocupação com a qualidade da escrita. Eu julgo que ela é imprescindível, uma vez que procedimentos importantes podem ser mal interpretados, além do fato de que um texto mal escrito não causa interesse em ser lido, e gera descrédito sobre o seu conteúdo.

Seja você um analista de processos ou não, preocupe-se com a qualidade do que escreve. Muitas vezes, um cuidado simples, como ler o que foi escrito, resolve. Confiar demais no corretor ortográfico pode causar alguns constrangimentos, pois ele não distingue substantivo de conjugação verbal:
  • Após a análise dos termos... (neste caso o substantivo tem acentuação).
  • Analise os termos... (neste caso, a conjugação do verbo analisar não tem acentuação).

Para títulos utilize termos curtos, simples e que expressem uma idéia
(perdão, mas não consigo escrever idéia sem acento, parece que falta algo) geral do que será descrito.

Nos textos escreva parágrafos curtos. Um parágrafo deve desenvolver apenas uma idéia principal com várias frases, se necessário.

É melhor apresentar a informação relevante ou a idéia principal no início do parágrafo. A partir daí construa as frases, logicamente, e desenvolva a idéia.

Evite linguagem redundante.

Lembre-se de que a pontuação correta é importante para ajudar a compreender que se pretende descrever. O uso de vírgulas para fazer pausas no desenvolvimento de uma idéia, para classificar os elementos, ou para explicar ou esclarecer um ponto, é fundamental. Pontos finais são usados para alterar o aspecto no desenvolvimento da idéia principal.

Tenha em mente a ortografia correta.

Faça uso de listas e tabelas para organizar as informações.

Use termos que o seu público-alvo está familiarizado.

Consulte outros documentos para ampliar ou complementar as informações.

Use os sinais e os símbolos com os quais o seu público-alvo possa se identificar.

Muitas vezes, exemplos são indispensáveis para ajudar o leitor a entender o que pretende descrever. Entretanto, evite exemplos complicados.

Use pontos de enumeração e marcadores para gerenciar a hierarquia das informações.

Depois que terminar de redigir o documento, sempre o leia novamente com cuidado para verificar se há erros. Uma boa prática de revisão é ler as primeiras linhas de cada parágrafo para extrair as principais idéias e verificar se é isso que se pretendia explicar.

E para finalizar, para escrever bem, deve-se ter o hábito de ler. Agora mãos à obra e pratique! Não tenha preguiça para se expressar. «




segunda-feira, 14 de março de 2011

Leis de Newton na tomada de decisões


Você já reparou quantas decisões toma no seu dia-a-dia?

Levantar ou não levantar da cama quando o despertador toca? Que roupa vestir? O que colocar na pasta de trabalho? O que colocar na sacola de viagem? Ou levar somente a carteira? E assim você vai tomando decisões até que decide deitar-se para dormir novamente.

Na verdade, até omitir-se é uma decisão. Estranho! Quando você pensa que não está tomando uma decisão, eis que é a própria decisão!

Certo dia, cansada de ser insultada intelectualmente, decidi não assistir mais a banalidades da TV como os noticiários, novelas, programas de auditório e reality shows.

E sabe o que eu descobri? Que essas banalidades não me fizeram falta, e que quando a notícia é realmente importante ela vem até mim. Sem que eu fique frente à TV sendo horrorizada por catástrofes, crimes, terror ou por notícias fúteis e sem nenhum enriquecimento pessoal.

A imprensa televisiva, e até mesmo a jornalística, não dedica tempo para noticiar sobre pais que amam seus filhos, que harmonizam seus lares para que seus filhos cresçam saudáveis, conscientes e prontos a contribuir com o bem de todos; ela noticia sobre pais que matam seus filhos, filhos que matam seus pais; e, pior, fazem parecer que isso é o comum, que o mundo está perdido, e que não há mais esperança.

Muitas famílias jantam, assistindo tais noticiários e alimentando seus próprios filhos com esse tipo de terror coletivo.

Não estou dizendo que devemos alienar as crianças ou nós mesmos e esperar sempre o melhor, mas que aquele terror é um percentual muito pequeno, e que acontecem mais coisas boas do que ruins. Precisamos saber apenas como nos defender do que é ruim, sem trazê-lo para dentro de nossos lares.

Esse é apenas um exemplo de como uma decisão pode afetar nossas vidas, tanto de forma positiva como negativa, cabe a nós sustentarmos nossa decisão ou voltarmos atrás.

Claro que não podemos voltar atrás em toda decisão, e é exatamente por isso que toda decisão deve ser tomada de forma consciente e com um objetivo.

Já reparou que quando as pessoas tomam decisões alcoolizadas nem sempre acaba bem? Basta um deslize da sorte e pode se ganhar uma dor de cabeça para o resto da vida, se ainda tiver uma!

Se as decisões que tomamos no nosso cotidiano pessoal são tão importantes, por que as decisões sobre os negócios, na maioria das empresas, são tomadas sem a devida avaliação dos prós e contras? Algumas decisões podem levar uma empresa à falência ao longo do tempo. A mídia está repleta de exemplos de empresas de grande porte que tomaram decisões ruins e não se recuperaram.

A simples contratação de um colaborador pode desorganizar uma equipe ou até mesmo uma empresa, algumas pessoas têm o dom de corroer a sinergia de uma equipe, transformando um time coeso em um grupo de pessoas lutando pela sobrevivência individual, onde vale tudo até mesmo o canibalismo intelectual.

Portanto, a decisão de contratar, e, sobretudo, de quem contratar, deveria ter também o apoio da equipe.


Você provavelmente já ouviu falar das leis de Newton:

  • Primeira lei de Newton ou princípio da inércia: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.
  • Segunda lei de Newton ou princípio fundamental da dinâmica: A mudança de movimento é proporcional à força motora impressa, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é impressa.
  • Terceira lei de Newton ou princípio da ação e reação: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.

As leis de Newton referem-se a princípios físicos, mas poderíamos aplicá-las na tomada de decisões:

  • No princípio da inércia, uma situação estagnada ou descontrolada pode ser forçada a mudar seu estado por uma decisão.
  • No princípio fundamental da dinâmica, a agilidade e energia com que a decisão é empregada determinam o rumo da mudança.
  • No princípio da ação e reação, cada reação é baseada em uma decisão tomada a partir de probabilidades, possibilidades e alternativas decorrentes da análise de uma ação.


Toda decisão é mais do que a simples escolha entre alternativas, é necessário prever seus efeitos futuros, considerando todos os reflexos possíveis que ela pode causar no momento atual e futuro.

Nem sempre a escolha se faz sobre a melhor alternativa, mas sobre aquela que melhor alcance o objetivo da decisão, que é sempre uma estratégia bem definida.
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