Um livro que eu
recomendo para qualquer um que queira melhorar sua empresa, ou mesmo sua forma
de trabalho é: “O sabor da Qualidade – uma história sobre como criar uma cultura
de excelência nas empresas” de Subir Chowdhury.
Mesmo quem não
gosta de ler, consegue lê-lo, tem poucas páginas e uma estória de pano de
fundo, que é a busca de Pete, um gerente de uma fábrica de sorvetes, com dificuldades
como a falta de clientes interessados no seu produto.
Sua marca tinha
tido sucesso no passado, mas passava por uma rejeição massiva do mercado.
Uma grande rede
para a qual a empresa tinha interesse em vender seus produtos, e sempre se negava
a comprá-los faz uma pergunta ao representante de vendas de sua empresa, que
ele não consegue responder: “Qual o grau de aceitação das suas embalagens?”
Ele resolve visitar
a rede de supermercados, onde por picuinha nunca tinha ido antes. Nesta visita,
ele conhece Mike, o gerente da rede, e algo muda em sua vida. Daí pra frente
participamos com ele das suas descobertas, aprendemos junto com ele como
implementar mudanças em uma empresa, compartilhamos suas frustrações e acertos
até que ele consegue com que a empresa volte a crescer novamente.
Todas as ideias
e descobertas são plausíveis, você consegue adaptá-las facilmente para a sua
realidade. Na verdade, esse livro planta a semente da qualidade nas pessoas.
Li esse livro quando eu trabalhava em uma empresa, onde eu tinha muita liberdade para
melhorar os processos da empresa, então eu vivia entusiasmada. Na verdade, eu
li nas minhas férias, tamanha minha empolgação em voltar ao trabalho à mil. E
como ele tinha muito a ver com o trabalho da nossa equipe, no retorno das
férias emprestei para o meu chefe ler. Ele ficou entusiasmado também, usou uma
verba do nosso orçamento para comprar uma cópia do livro para cada gerente da
nossa célula. Entregamos as cópias com um cartão. Na frente vinha uma
inscrição, mais ou menos assim: “Veja quem é o responsável pela nossa qualidade.”
Quando a pessoa abria tinha um pequeno espelho. E uma outra inscrição: “Seja o
condutor dessa mudança!”.
Éramos responsáveis
pela melhoria dos processos da fábrica de software, e vínhamos fazendo um trabalho
muito motivador, e queríamos manter os líderes engajados e motivados como nós
estávamos. E, funcionou!
Não costumo marcar
páginas ou grifar textos nas minhas leituras, mas este livro está repleto de
textos que marquei, um deles é este:
“Em termos de inovação... lançar novos produtos, ideias ou tecnologias... as empresas se saem muito bem! Entretanto, quando se trata de qualidade, dos esforços diários e ininterruptos para melhorar um produto ou serviço, garantindo que ele satisfaça plenamente e o tempo todo aos padrões estabelecidos, com objetivo de construir uma relação de fidelidade com os clientes, elas falham. “
O item mais
importante que um produto ou serviço precisa apresentar é qualidade, é por este
motivo que há a gestão dos processos e sua preocupação com a melhoria contínua. Seu
produto pode ser uma grande inovação no mercado, mas se não tiver qualidade, seu
concorrente mais atento pode e vai bater o seu produto.
É por este
motivo que empresas que não são inovadoras, mas vendem produtos com qualidade permanecem
no mercado.
Digamos que
alguém invente um coração de vidro com capacidade de substituir o coração humano
em um transplante. Se você estiver na mesa de operações, garanto que vai querer
o coração com o vidro mais resistente e translúcido que houver. Não vai querer
receber um coração inovador e não testado feito com reciclagem de vidro, que pode
se estilhaçar facilmente no seu peito.
Debruçar-se
sobre um problema ou oportunidade e criar uma solução para isso é mais fácil do
que replicar a solução inúmeras vezes com o mesmo resultado.
Estou ajudando
na decoração da casa do meu irmão, desenhei uma capa de almofada que fosse
dupla face em um tecido grosso, mas não queria usá-lo dublado (2 tecidos),
porque a almofada perderia seu conforto. Eu queria que ela fosse austera, mas não
rústica. Fiz o molde em papel, testei e consegui meu modelo perfeito. Fiz a
primeira almofada e finalizei. Só que eram quatro almofadas e elas teriam que
ficar do mesmo tamanho e forma. Aí é que veio a dificuldade, eu precisei
padronizar, mesmo tamanho de corte do tecido, mesma margem de costura, mesma
linha, mesmo tamanho de pontos de costura.
Coloquei
algumas paradas de verificação, a cada parte do trabalho eu tinha que parar,
medir, cortar o excesso de tecido para garantir que as almofadas ficassem iguais.
Se eu fabricasse
capas de almofadas, para manter minha qualidade, eu teria que ter moldes, padrões,
medidas para manter a regularidade do resultado da minha produção e pontos de verificação da qualidade. Eu não poderia fazer cada capa como meu humor
mandasse. Na fase de criação sim, mas nunca na fase de produção.
Nas empresas
nos deparamos com pessoas que atendem ao telefone simplesmente dizendo: “alô!”,
como se tivessem na sala de suas casas. Imagine que uma grande rede se interessou
pelo seu produto, liga para sua empresa, e é atendido como se fosse uma
residência. Ele começa a imaginar que sua empresa não teria capacidade de
atender ao grande número de pedidos que precisa fazer. Agora se ele for atendido
de uma forma mais profissional: “Casa das Almofadas. Bom dia! Em que posso ajudá-lo?”,
você tira da cabeça dele muitas dúvidas.
Claro que só
atender bem à chamada do cliente não é tudo, você precisa atender seus prazos, oferecer
um preço justo, oferecer bons produtos, com garantia.
Todos os
detalhes importam. E como você vai conhecer esses detalhes? Conhecendo seus
processos. «