terça-feira, 30 de abril de 2019

Como me tornei um maker?


Recentemente, eu me perguntei quando me tornei um maker. Então, percebi que sempre fui um.

Maker é uma pessoa adepta do “faça você mesmo”, em inglês “do it yourself”, ou simplesmente “DIY”.

Eu diria que nasci com sangue de maker, meu pai fez o meu berço. Minha mãe contava que tinha medo que eu (bebê) me ferisse naquelas madeiras, e forrou todas que pudesse entrar em contato comigo com tecidos. Não era tão ruim assim, só não tinha um acabamento perfeito, era rústico.

Meus pais construíram nossa casa, meu pai fez tudo. Tudo mesmo! Lembro que nossa mesa de estudo, era feita de alvenaria. Deu até um certo trabalho para o pedreiro que quebrou a mesa anos mais tarde, tinha muito ferro na estrutura, devido à preocupação que meu pai teve para que a mesa resistisse, mesmo que as três crianças subissem sobre ela.

Atualmente, fala-se no movimento maker, que foi despertado pelas redes sociais, como a terceira revolução industrial, já que muitas pessoas estão tornando seus hobbies em suas atividades principais.

Qualquer pessoa tem acesso a informações, tutoriais e até materiais através da internet, ou melhor, do seu smartphone.

Meu irmão morava com minha mãe, ela morreu, embora a casa pertença aos três filhos, decidimos deixar a casa para ele. Só que a casa tinha a cara e os gostos da minha mãe, muito floral e cheia de móveis e compartimentos para acumular coisas.

Nesse período de um ano, eu e ele, começamos a remodelar a casa, fizemos desde coisas mais simples como revestir a geladeira com papel vinil adesivo, até coisas mais complexas como construir um guarda roupa aberto a partir do guarda roupa antigo dele. Engana-se quem pensa que nós simplesmente tiramos as portas. Não, nós desenhamos um projeto, cortamos e montamos as madeiras de acordo com o que projetamos. Depois como queríamos um visual mais clean para o quarto, ele foi revestido com papel vinil adesivo, imitando madeira acinzentada.

Um belo dia cheguei na casa do meu irmão, e ele disse que tinha comprado placas de drywall para revestir a sala. Ele me apresentou vários vídeos explicando como usar o drywall para revestir paredes.

Achei complicado, mas se ele estava dizendo que era possível, por que não?

Não vou mentir, foi complicado e cansativo. Mas, no final o resultado valeu a pena, as paredes ficaram lisinhas, perfeitas para a projeção que meu irmão queria fazer na parede. Foram 8 dias de trabalho contínuo, desde a aplicação até a finalização com a pintura, incluindo neste trabalho a confecção de uma porta de correr com sistema de roldanas, um painel de TV e uma reestruturação do rack da TV.

Ninguém diz que foram dois makers de primeira viagem que fizeram a transformação do ambiente.

O que move o mundo? Movimento Maker!
Movimento Maker

Para quem quer se aventurar em projetos assim, a minha dica é de que pesquisem em muitas fontes antes de se decidirem. Existem tutoriais na internet bem fajutos, vi um vídeo de um youtuber que ensinava a fazer um rack com blocos, onde ele os colava com cola quente. Um perigo, se o projeto for reproduzido dessa forma, por mais que a pessoa não tenha crianças em casa, ela pode receber alguém com criança, pode adquirir um animal de estimação ou o próprio morador pode se encostar no móvel e ele desmoronar. Cola quente não serve para isso, visualmente está tudo bem, mas não resiste às movimentações que uma casa pressupõe. Ou seja, a ideia até era boa, mas a concepção não.

O movimento maker é mais conhecido no ramo tecnológico, com a construção de softwares open source, mas também se aplica a trabalhos artesanais e de upcycling (quando a reciclagem de um objeto acrescenta valor ao produto final).

Por acaso, você se anima a entrar no movimento e construir ou reconstruir algo?«