Ikigai significa “uma razão para ser”, é a união de duas palavras:
iki, que significa vida e kai, que significa realização de desejos e expectativas.
O local onde a filosofia foi criada, Ilha de Okinawa, no sul do Japão, seus
moradores têm alto grau de longevidade, acima dos 100 anos.
Essa filosofia é aplicada em nível pessoal, para que um indivíduo
encontre sua razão de ser (seu ikigai), inclusive é aplicada por alguns
profissionais de coaching.
Fiquei com uma pulguinha atrás da orelha, se a filosofia não
poderia ser aplicada às empresas. Em uma pesquisa rápida, não encontrei
aplicação da filosofia para empresas.
Resolvi
fazer um exercício simples com uma fábrica de brinquedos fictícia. E cheguei à conclusão
de que pode ser aplicada para encontrar a razão de ser de um negócio, e
substituir com maestria a identificação de missão e valores de uma empresa.
A mandala é composta por quatro círculos, onde são identificados o
que se ama, o que o mundo precisa, o que pode ser remunerado e no que se é bom.
Imagem criada a partir de: Pixabay |
As intersecções dos quatro círculos, identificam a missão,
vocação, ocupação e paixão.
·
Missão: é fazer o que se ama,
atendendo o que o mundo precisa
·
Vocação: é atender o que o
mundo precisa e ser remunerado por isso.
·
Ocupação: é ser remunerado no
que se faz bem.
·
Paixão: é fazer bem aquilo que
se ama fazer.
Dessas quatro intersecções, são geradas outras quatro:
·
Paixão + missão: gera alegria e
plenitude, mas sem prosperidade, pois falta vocação e ocupação.
·
Missão + vocação: gera entusiasmo e
complacência, mas com incertezas, pois falta ocupação e paixão.
·
Vocação + ocupação: gera conforto, mas há
um sentimento de vazio, pois falta paixão e missão.
·
Ocupação + paixão: gera satisfação, mas
há um sentimento de inutilidade, pois falta missão e vocação.
O encontro da paixão, missão, vocação e ocupação é que determina
a razão de ser.
No meu exercício, considerando a fábrica de brinquedos fictícia,
determinei para os quatro círculos, os seguintes itens:
·
O que a empresa ama: brincadeiras e fazer
crianças felizes.
·
O que o mundo precisa (e a empresa pode
contribuir): valores éticos, sustentabilidade, igualdade e respeito.
·
O que pode remunerar a
empresa:
a venda de brinquedos e jogos.
·
O que a empresa tem
talento para fazer: criar brinquedos e jogos, fabricar e vendê-los.
Considerando os quatro círculos, o ikigai precisa conter pelo menos um
dos itens contidos em cada círculo. No meu modelo, utilizei todos os itens citados, portanto, a razão de ser da fábrica de brinquedos fictícia é: “Criar, fabricar e vender brinquedos e jogos
sustentáveis, que contenham valores éticos, de preservação do meio ambiente, igualdade
entre os seres humanos e respeito à vida, dando às crianças possibilidades
saudáveis em suas brincadeiras, proporcionando momentos felizes para que possam
levar para suas vidas adultas.”
É uma razão de ser respeitável, não acham? E também, muito fácil
de ser explicada aos colaboradores, pois pode ser desconstruída em o que amamos,
o que o mundo precisa, no que somos remunerados e no que somos bons, como
também em qual é nossa missão, vocação, ocupação e paixão. O que permite simplificar
a internalização organizacional do conceito.
Essa é uma filosofia que pretendo utilizar como ferramenta para iniciar
a transformação digital de uma empresa, buscando sua razão de ser para que atinja
todo o seu potencial. «
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