segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Ikigai para empresas: profundidade da razão de ser

No meu Instagram, acabei sendo encontrada pela Livia Fauaze, que gosta de promover micro revoluções. No seu acervo encontrei a mandala ikigai, curiosa como sou, saí em busca de mais informações sobre essa filosofia japonesa.
Ikigai significa “uma razão para ser”, é a união de duas palavras: iki, que significa vida e kai, que significa realização de desejos e expectativas. O local onde a filosofia foi criada, Ilha de Okinawa, no sul do Japão, seus moradores têm alto grau de longevidade, acima dos 100 anos.
Essa filosofia é aplicada em nível pessoal, para que um indivíduo encontre sua razão de ser (seu ikigai), inclusive é aplicada por alguns profissionais de coaching.
Fiquei com uma pulguinha atrás da orelha, se a filosofia não poderia ser aplicada às empresas. Em uma pesquisa rápida, não encontrei aplicação da filosofia para empresas.
Resolvi fazer um exercício simples com uma fábrica de brinquedos fictícia. E cheguei à conclusão de que pode ser aplicada para encontrar a razão de ser de um negócio, e substituir com maestria a identificação de missão e valores de uma empresa.
A mandala é composta por quatro círculos, onde são identificados o que se ama, o que o mundo precisa, o que pode ser remunerado e no que se é bom.
Ikigai para empresas - exemplo
Imagem criada a partir de: Pixabay

As intersecções dos quatro círculos, identificam a missão, vocação, ocupação e paixão.
·       Missão: é fazer o que se ama, atendendo o que o mundo precisa
·       Vocação: é atender o que o mundo precisa e ser remunerado por isso.
·       Ocupação: é ser remunerado no que se faz bem.
·       Paixão: é fazer bem aquilo que se ama fazer.

Dessas quatro intersecções, são geradas outras quatro:
·       Paixão + missão: gera alegria e plenitude, mas sem prosperidade, pois falta vocação e ocupação.
·       Missão + vocação: gera entusiasmo e complacência, mas com incertezas, pois falta ocupação e paixão.
·       Vocação + ocupação: gera conforto, mas há um sentimento de vazio, pois falta paixão e missão.
·       Ocupação + paixão: gera satisfação, mas há um sentimento de inutilidade, pois falta missão e vocação.

O encontro da paixão, missão, vocação e ocupação é que determina a razão de ser.

No meu exercício, considerando a fábrica de brinquedos fictícia, determinei para os quatro círculos, os seguintes itens:
·       O que a empresa ama: brincadeiras e fazer crianças felizes.
·       O que o mundo precisa (e a empresa pode contribuir): valores éticos, sustentabilidade, igualdade e respeito.
·       O que pode remunerar a empresa: a venda de brinquedos e jogos.
·       O que a empresa tem talento para fazer: criar brinquedos e jogos, fabricar e vendê-los.

Considerando os quatro círculos, o ikigai precisa conter pelo menos um dos itens contidos em cada círculo. No meu modelo, utilizei todos os itens citados, portanto, a razão de ser da fábrica de brinquedos fictícia é: “Criar, fabricar e vender brinquedos e jogos sustentáveis, que contenham valores éticos, de preservação do meio ambiente, igualdade entre os seres humanos e respeito à vida, dando às crianças possibilidades saudáveis em suas brincadeiras, proporcionando momentos felizes para que possam levar para suas vidas adultas.”

É uma razão de ser respeitável, não acham? E também, muito fácil de ser explicada aos colaboradores, pois pode ser desconstruída em o que amamos, o que o mundo precisa, no que somos remunerados e no que somos bons, como também em qual é nossa missão, vocação, ocupação e paixão. O que permite simplificar a internalização organizacional do conceito.
Essa é uma filosofia que pretendo utilizar como ferramenta para iniciar a transformação digital de uma empresa, buscando sua razão de ser para que atinja todo o seu potencial. «

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