Quando eu era criança, queria ser uma
Estilista. Eu tinha cadernos de desenho repletos com as minhas criações. Não
tinha técnica, só intuição. Uma de minhas coleguinhas até me pediu para desenhar
um vestido de noiva para ela, quando nem namorado tinha. Apesar disso, na minha
vida universitária, escolhi um curso na área de Tecnologia da Informação (T.I.
para os íntimos).
Por volta dos 21 anos, levei dois modelos
de vestidos desenhados por mim, com as medidas e os tecidos para que uma
costureira lhes desse vida. Na ocasião em que fui provar o primeiro deles, a
costureira parecia desapontada com o resultado. O tecido que escolhi era fluído,
portanto, quando se olhava o vestido não se via sua beleza. Entretanto, quando
eu o vesti, ela ficou impressionada, ele se aderia às minhas medidas e o tecido
lhe dava leveza. Sem que eu esperasse, ela chamou algumas pessoas para ver o resultado
de seu trabalho, que só fazia sentido em um corpo.
Apesar daquele pequeno sucesso,
minha carreira estava decidida, seria na área de T.I.. Para mim, lógica e
emoção nunca estiveram distanciados, portanto tinham o mesmo peso na minha escolha.
Na área de T.I., fui Programadora, Analista
de Sistemas e Analista de Negócios. Mas, em determinado momento, meu desejo de
infância se materializou no meu caminho de uma forma inesperada. Descobri que
os programas e sistemas, dos quais eu me ocupava, estavam inseridos em um universo
maior: nos processos da empresa. Participei de projetos onde o foco estava na
melhoria dos processos, passei por diversos treinamentos. E, criei um desvio na
minha carreira: tornei-me uma espécie de “Estilista de Processos”.
Se na moda, um Estilista é aquele que cria estilos, percebo que com os processos eu faço o mesmo.
Uma pessoa pode ter uma
personalidade, mas para que seja notada, ela precisa expressar seu estilo. É
nesse ponto que a moda entra, mas necessita da intervenção dos estilistas, que criam
vestimentas e acessórios para que uma pessoa possa se mover e atuar.
Dessa forma, noto que uma empresa
também tem sua personalidade, ela está contida em sua cultura organizacional;
as vestimentas e acessórios da empresa, que expressam seu estilo, estão contidas
em seus processos e execuções. Portanto, mapear, desenhar melhorias e
implementá-las, é o mesmo que dar a uma empresa vestimentas e acessórios apropriados
para seduzir e conquistar os clientes.
O estilista de moda cria coleções de roupas e acessórios,
exerce forte influência sobre a maneira como as pessoas se vestem e cria tendências
de mercado. Enquanto que o “Estilista de Processos” influencia a maneira como a
empresa executa seus processos, além de criar tendências de mercado, afinal as
boas práticas nascem dessas melhorias. É por isso, que não apenas mapeio
processos, crio a ponte entre as necessidades do mercado, a cultura
organizacional e os processos da empresa.
Além de criativa, preciso ter uma visão global, sobre as
pessoas, processos e estratégias da empresa. E assim, defino-me, também, como uma
Estilista.«
Estilista de processos, interessante, fez todo o sentido para mim.
ResponderExcluirExcelente correlação.