A crise mundial de
2008 trouxe à tona algumas questões do gerenciamento que eram negligenciadas (e
acreditem, algumas ainda continuam a ser), tais como:
Monitoramento de
Desempenho: Se o desempenho da sua empresa for honestamente monitorado, o
corpo diretivo tem visibilidade da situação e pode inclusive fazer simulações
de pior e melhor cenário. Todos sabemos que quanto melhor for o desempenho, melhor será o resultado alcançado. Adicionalmente, somente o que monitoramos conseguimos melhorar efetivamente.
Gerenciamento de
Riscos: Não há negócio sem riscos, mas nem por isso as empresas precisam se
lançar de cabeça em um abismo, elas podem e devem conhecer seu apetite de risco
e se lançar nos desafios munidas de informações e ferramentas que garantam a
menor exposição possível sem comprometer seus resultados. Todo projeto antes de
ter seu início autorizado precisa de uma análise de risco detalhada e honesta, considerando, inclusive, os piores cenários previstos.
Gerenciamento dos
Recursos Financeiros: Não é por estar em um momento extremamente lucrativo
que a empresa deve desperdiçar ou não monitorar seus orçamentos, os
investimentos precisam ser criteriosos, inclusive quanto a taxa de perda
aceitável. Uma vez controlados os gastos e despesas na bonança, não faltará
recursos em uma eventual crise. Assim como o indivíduo prevenido tem sua
poupança, a empresa pode ter um fundo especial para eventualidades.
Transparência aos
Acionistas: Toda empresa tem um dono ou acionistas, uma vez que eles
delegam a gestão da empresa a um administrador, nem sempre acompanham as
particularidades do negócio, por esse motivo não percebem que a extinção de um
departamento pode ocasionar perda de produtividade, ou que a entrada em outro
nicho de mercado, sem o fortalecimento do nicho atual pode provocar um desconforto
para os clientes. A única maneira de lidar com essas intempéries é dando
transparência a eles, de forma que eles tenham o panorama geral para tomarem
decisões conscientes dos riscos e da situação como um todo.
Auditoria: As
empresas, via de regra, seguem determinações de órgãos regulatórios, como
Ministério do Trabalho, Previdência Social e assim por diante, além disso as empresas
possuem regulamentações criadas por ela própria para assegurar a qualidade dos
seus serviços e produtos. Uma das maneiras mais eficazes de se saber que as
regulamentações estão sendo cumpridas é auditando. Mas não adianta auditar se
as regras não estão claras para a empresa como um todo. E, sabe-se que esse trabalho
não terá bom retorno se as inconformidades encontradas não forem corrigidas em tempo hábil.
Além disso, a auditoria não substitui o monitoramento, e nem consegue detectar
problemas pontuais, pois ela atua em amostragens, porém ela é uma ferramenta que simula “os olhos do dono”, tão essencial aos negócios de sucesso. Pequenas empresas, podem optar por
um monitoramento rigoroso de conformidade, realizado por seus gestores, mas o
foco deve ser o mesmo: simular "os olhos do dono".
A partir dessas lições aprendidas com a crise, muitas
empresas passaram a se interessar pela gestão por processos, uma vez que ela
tem foco no resultado, e, por esse motivo, exige um monitoramento constante,
trata os riscos e as perdas como parte do processo e não como exceções. Além
disso, sua automatização permite monitoramento em todos os níveis e fornece subsídios
de acompanhamento de auditorias.
Não preciso nem dizer que ela representa uma mudança de
paradigma, portanto a transição demanda critérios e pessoas especializadas para
que a transição não seja desastrosa. «
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