Há
alguns dias tomei ciência de uma notícia extremamente interessante, a Estônia se
tornará o primeiro país a adotar o transporte público gratuito.
Não
foi uma decisão tomada de forma leviana, consigo identificar uma gestão por
processos na iniciativa estoniana. Se ela não foi intencional, mesmo assim
seguiu os passos corretos da gestão por processos.
Eles
se prepararam, discutiram o assunto desde 2013, e envolveram a população
através de um referendo popular. Mesmo assim, não embarcaram na ideia sem testar
o modelo na capital, Tallinn, que possui 426 mil habitantes. O início dos
testes começou em janeiro de 2016.
Remodelagem do Transporte Público na Estônia |
Como
melhorias só podem ser medidas através de indicadores antes e após a mudança, foi
identificado que houve um aumento das atividades econômicas, pois aumentou a
circulação da população. Outro fator positivo foi o aumento de pessoas
utilizando o transporte público, que teve impacto direto na diminuição de emissão
de poluentes, além da melhoria no tráfego de veículos.
Segundo
a prefeitura local, o transporte público gratuito representou um lucro de 20 milhões
de euros. O governo já arcava com 80% dos custos do transporte público,
portanto a ampliação dos 20% restantes não representou uma receita muito maior,
principalmente frente ao retorno da adesão da população (ganhos ambientais) e
eliminação de gastos com a gestão de repasse desse subsídio (eliminação de
desperdícios).
O
processo piloto levou 2 anos para exaurir todas as provas de que era capaz de
ser adotado para todo o país.
A partir de julho de 2018, cada cidadão da Estônia terá um cartão verde para utilizar no
transporte público. Eles pagam um imposto anual, que cobre os custos do
governo. Os visitantes de outros países continuam pagando pela utilização destes transportes. A adesão das cidades estonianas será feita de forma gradativa.
Em vários países há movimentos de passe livre, não somente no Brasil. Por enquanto as iniciativas têm ocorrido em algumas cidades espalhadas pelo mundo, a Estônia será o primeiro país a adotar a iniciativa em âmbito nacional, equiparando este serviço aos demais serviços públicos, que são gratuitos, como a saúde e educação.
A
gestão por processo tem entre suas finalidades resolver problemas, através de
discussões com os envolvidos, implementação de piloto e aperfeiçoamento do
piloto, através de medições periódicas, até que ele se torne efetivo. Percebe a
semelhança com a iniciativa de passe livre na Estônia?
O
benefício esperado era ambiental, mas houve um benefício bônus que geralmente se
apresenta com a gestão por processos que é financeiro. A simples otimização da
gestão elimina gastos desnecessários. Um benefício inesperado foi a
movimentação financeira gerada pelo aumento da circulação das pessoas. O pulo
do gato foi observar um problema e trabalhar nas soluções com responsabilidade. «
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