domingo, 27 de maio de 2018

Passe Livre x Gestão por Processos - Realidade na Estônia


Há alguns dias tomei ciência de uma notícia extremamente interessante, a Estônia se tornará o primeiro país a adotar o transporte público gratuito.

Não foi uma decisão tomada de forma leviana, consigo identificar uma gestão por processos na iniciativa estoniana. Se ela não foi intencional, mesmo assim seguiu os passos corretos da gestão por processos.

Eles se prepararam, discutiram o assunto desde 2013, e envolveram a população através de um referendo popular. Mesmo assim, não embarcaram na ideia sem testar o modelo na capital, Tallinn, que possui 426 mil habitantes. O início dos testes começou em janeiro de 2016.
Remodelagem do Transporte Público na Estônia

Como melhorias só podem ser medidas através de indicadores antes e após a mudança, foi identificado que houve um aumento das atividades econômicas, pois aumentou a circulação da população. Outro fator positivo foi o aumento de pessoas utilizando o transporte público, que teve impacto direto na diminuição de emissão de poluentes, além da melhoria no tráfego de veículos.

Segundo a prefeitura local, o transporte público gratuito representou um lucro de 20 milhões de euros. O governo já arcava com 80% dos custos do transporte público, portanto a ampliação dos 20% restantes não representou uma receita muito maior, principalmente frente ao retorno da adesão da população (ganhos ambientais) e eliminação de gastos com a gestão de repasse desse subsídio (eliminação de desperdícios).

O processo piloto levou 2 anos para exaurir todas as provas de que era capaz de ser adotado para todo o país.

A partir de julho de 2018, cada cidadão da Estônia terá um cartão verde para utilizar no transporte público. Eles pagam um imposto anual, que cobre os custos do governo. Os visitantes de outros países continuam pagando pela utilização destes transportes. A adesão das cidades estonianas será feita de forma gradativa.

Em vários países há movimentos de passe livre, não somente no Brasil. Por enquanto as iniciativas têm ocorrido em algumas cidades espalhadas pelo mundo, a Estônia será o primeiro país a adotar a iniciativa em âmbito nacional, equiparando este serviço aos demais serviços públicos, que são gratuitos, como a saúde e educação.

A gestão por processo tem entre suas finalidades resolver problemas, através de discussões com os envolvidos, implementação de piloto e aperfeiçoamento do piloto, através de medições periódicas, até que ele se torne efetivo. Percebe a semelhança com a iniciativa de passe livre na Estônia?

O benefício esperado era ambiental, mas houve um benefício bônus que geralmente se apresenta com a gestão por processos que é financeiro. A simples otimização da gestão elimina gastos desnecessários. Um benefício inesperado foi a movimentação financeira gerada pelo aumento da circulação das pessoas. O pulo do gato foi observar um problema e trabalhar nas soluções com responsabilidade. «

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Business Transformation

Atualmente, o que as empresas buscam é a “transformação”. Isso ocorre porque se as empresas não se reinventarem elas desapareceram em pouco tempo.

Estudos indicam que uma entre cada três empresas desaparecem em cinco anos. Sabemos que a tecnologia aparece como aliada das empresas que permanecem e, ao mesmo tempo, como grande vilã das empresas que desaparecem.

Na transformação existem três níveis de esforços diferentes:

·         O primeiro é operacional, que implica em atingir resultados melhores, mais rápidos ou mais baratos. Neste nível a transformação se dirige à forma, natureza ou aparência dos produtos oferecidos.

·         O próximo nível tem foco no modelo operacional, envolve atuar de um modo diferente de como o mercado em geral atua. São exemplos dessa transformação a Uber, Netflix, Spotify e Airbnb, são empresas que chacoalharam o mercado delas e deixaram os possíveis concorrentes muito atrás. Esse tipo de transformação muda as métricas da empresa, que passam a ser baseadas quase que unicamente na satisfação dos clientes.

·         E o último nível é estratégico, que envolve mudar a essência da empresa. Como aconteceu com a Amazon que de vendas passou a atuar em cloud computing e a Apple que de computadores passou a oferecer gadgets. Esse nível de transformação também muda ou amplia o mercado competitivo da empresa.

Para cada um dos níveis de transformação o impacto é diferente. Na transformação operacional, a empresa compete por ser o melhor executor, é uma receita de curto tempo, prevalece até que os competidores passem a imitar. É o que acontece com os bancos, por exemplo, um deles lança uma novidade e os demais acompanham.

Portanto, a transformação disruptiva, que deixa os concorrentes para trás, acontece nos outros dois níveis: o modelo operacional, que fortalece a execução e reinventa o negócio; e o estratégico que cria novos segmentos de negócios.

Repense seu Negócio


O advento “business transformation” simplesmente convoca os líderes empresariais para enfrentar o desafio existencial das  mudanças disruptivas para o futuro de seus negócios, em vez de se sentirem perturbados por elas.

O grande apoio da transformação do negócio está na transformação digital, que tem várias tendências, como:

·         Inovação proativa: a transformação não consiste apenas em tecnologia, mas também em cultura, que é o que promove a integração de novas tecnologias. O capital humano é essencial neste processo.

·         Experiência do cliente: os clientes geralmente se afastam de marcas que não se alinham com suas necessidades e valores, portanto é importante envolvê-los e proporcionar a eles uma experiência melhorada.

·         Big Data: dados e análises estratégicas baseadas em pesquisas dão suporte às decisões, pois ajudam a entender as reais necessidades e expectativas dos clientes.

·         Inteligência Artificial: permite avaliar dados complexos e prever resultados, identificando oportunidades lucrativas e evitando riscos, sem intervenção humana. Assistentes virtuais como Siri (Apple), Cortana (Microsoft) e Alexa (Amazon) são exemplos dessa experiência ao alcance das pontas dos nossos dedos.

·         Realidade Virtual e Realidade Aumentada:  a realidade aumentada abre portas para atendimento ao cliente, apoio remoto, treinamento e colaboração, enquanto que a realidade virtual cria mais oportunidades de entretenimento e jogos, além de experiências imersivas em varejo, turismo e hospitalidade.

·         API (Application Program Interface): são as armas secretas da verdadeira transformação digital, pois ajudam as empresas a assegurar a melhor experiência dos seus clientes.

·         Trabalhar em qualquer lugar: com os ambientes de trabalho se movendo para servidores em nuvens, os funcionários podem trabalhar de qualquer lugar, com isso as operações remotas aumetam a produtividade e reduzem despesas.

·         Internet das Coisas (IoT): muda as operações da vida diária, ajudando a criar empresas mais enxutas e cidades mais eficientes. Eu tive um vislumbre disso em Berlim recentemente, e fiquei encantada com o que experimentei.

·         Impressora 3D e 4D: enquanto a impressão 3D permite criar objetos e soluções mais baratas, a impressão 4D permite que os objetos possam se remodelar ou auto montar.


A transformação digital já é uma realidade e está ao alcance das empresas. No entanto, é preciso salientar que a tecnologia sozinha não promove a revolução esperada. As pessoas têm um papel importante a desempenhar no sucesso da transformação digital, delas depende a melhor conjunção e aproveitamento das tendências tecnológicas aliadas ao nível de transformação desejado. «


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Planejamento: do homem das cavernas ao homem moderno

Você aprendeu na escola, mas deve ter se esquecido, a inclinação do eixo terrestre na órbita de 365 dias (366 nos anos bissextos) em torno do Sol define as estações do ano.

O homem das cavernas mais susceptível às mudanças climáticas, e sem poder contar com as previsões dos meteorologistas, entendeu como essas mudanças o afetavam e se organizou de tal maneira, a estar preparado para o inverno, que era a estação do ano mais hostil. Nascia, então, o conceito de planejamento, que veio antes da descoberta do fogo e da roda. Aliás, sem planejamento ele não teria chegado a essas descobertas, e não teria evoluído até nós.

Sem ferramentas como planilhas e softwares específicos para controle de projetos, ou mesmo uma simples agenda, o homem das cavernas desenhava de forma primitiva seus planejamentos nas rochas ou repassava o conhecimento aos demais membros da tribo.

Agora, pense bem: se o homem das cavernas, sem tantos recursos, conseguia tal nível de organização, por que, nos dias atuais, existe tanta resistência ao planejamento?

Vamos lá! Boa parte do trabalho já foi feito, temos meteorologistas, os desafios climáticos mais preocupantes foram vencidos (afinal temos agasalhos e mantimentos em nossas casas), temos ferramentas de apoio ao planejamento, por fim, sabemos o que tem que ser feito e temos os meios para isso, só nos falta mesmo é planejar.

Entretanto, o mais comum é não planejar. Inclusive existe um forte ditado, que critica o planejamento: “o homem faz planos, e Deus ri”.

Muito provavelmente este ditado nasceu de planejamentos falhos, onde se planejou tudo e não se contou com o inesperado.

Planejar algo conhecido é relativamente fácil, todos os riscos e situações inesperadas já foram percebidas ao longo do tempo, entretanto planejar algo desconhecido, traz o inesperado muito presente, porque muitas vezes não se consegue varrer todas as possibilidades com o conhecimento e a experiência que se tem.

Portanto, mesmo neste último caso a existência de um planejamento é mais eficaz do que sua inexistência.

Como você acha que os grandes inventores conseguiram sucesso nas suas invenções? Eu digo: falhando, reavaliando e planejando novamente seus projetos. Por exemplo, todos os inventores que tentaram inventar o avião enfrentaram quedas e insucessos até que apareceram os primeiros resultados, muitos deles morreram sem alcançar o objetivo.

Grande parte das invenções e descobertas não aconteceram por acaso. Nem mesmo a maçã que caiu na cabeça de Newton, ela só o ajudou a pensar fora da caixa, ele já vinha se preocupando com as questões de força e atração a muito tempo. A pancada na cabeça só ajudou a montar o quebra-cabeça, ele já tinha todas as peças.

Enfim, planejamento foi, é e sempre será importante, além de fazer parte dos nossos instintos primitivos.

O homem das cavernas já sabia que planejamento é uma questão de sobrevivência.


Quer inovação na sua empresa? Quer melhorar os processos? Quer alcançar resultados? Quer mais lucro? Comece pelo planejamento. Verá que o lucro, por exemplo, é resultado de um trabalho mais profundo do que apenas cortar gastos e aumentar o preço dos produtos. «