quarta-feira, 4 de março de 2009

Tecnologia da Era Digital

A crise econômica mundial que vivemos pode ser atribuída a diversos fatores, eu atribuo à transição das Eras Analógica e Digital.

Observamos que ao longo dos anos nossa sociedade incorporou novas tecnologias, na vida de pessoas comuns.

Com um simples celular uma pessoa consegue em poucos minutos: falar com uma pessoa, tirar foto de algo interessante, enviá-la para outra pessoa, acessar sua conta bancária, ouvir sua canção favorita, ler uma mensagem, enviar um e-mail, acessar sua agenda de compromissos, e tudo isso em movimento e a qualquer hora. E eu estou falando dos celulares mais acessíveis ao grande público.

Se uma pessoa comum tem toda essa mobilidade, imagine qual não deve ser a mobilidade de uma empresa, que reúne um grupo de pessoas. Se ampliarmos nossa percepção nós entendemos como o mercado borbulha com tantas outras tecnologias disponíveis, que permitem uma comunicação ágil com mercados internos e externos. Por isso mesmo, é absurda a velocidade com que um erro pode se propagar.

Assim como existem as pessoas comuns que não absorveram as tecnologias mais simples, também temos as empresas e toda uma sociedade com uma vasta tecnologia em mãos que não sabe como pode utilizá-la ou não a utiliza da forma mais racional.

No Brasil, até os criminosos descobriram na tecnologia uma forma de atingir a sociedade, tornou-se público que chefes do narcotráfico controlam suas atividades de penitenciárias, enquanto a polícia não consegue ter um cadastro único de criminosos.

Houve até uma discussão na mídia se as penitenciárias adotavam ou não vídeo conferências para promover o julgamento de presos de alta periculosidade.

E estamos falando de um país que adotou a urna eletrônica desde 1996. Se eu posso confiar que o meu voto vai ser respeitado com a utilização de tal dispositivo, por que não posso confiar que o preso terá um julgamento justo por vídeo conferência?

Isso acontece pelo choque de gerações, tem toda uma geração (aquela que ainda decide e que faz acontecer) que esteve muito mais presente na Era Analógica, com muito papel, caneta e burocracia. Ela desconfia que a aplicação de uma tecnologia possa realmente facilitar o trabalho, uma vez que ela está lidando com algo desconhecido.

Temos toda uma geração, que independente das questões de analfabetismo, viu-se forçada a votar eletronicamente, usar cartões bancários, usar celulares, apertar botões ao invés de girá-los. Eles conviveram grande parte de suas vidas com tarefas que os valorizavam, e vire e mexe sentem-se ameaçados pela tecnologia.

Enquanto que as novas gerações, inclusive as crianças, têm seu próprio celular, adoram apertar botões e têm muita facilidade em usar cartões bancários (os pais que o digam!).


Estima-se que um jovem de 20 anos já enviou 25 mil e-mails, fez 10 mil ligações em seu celular, gastou 3500 horas em comunicação online e outras 5000 mil horas em games.

São essas discrepâncias, o desequilíbrio entre o que a tecnologia pode produzir e o que ela realmente produz que causam maior probabilidade de uma crise.

Há uma legião de pessoas dizendo que a crise é uma oportunidade, na verdade ela torna-se uma oportunidade, uma vez que não restam alternativas que não sejam buscar soluções.

Uma vez que a Era Digital não pode ser revertida, apesar da dificuldade em aceita-la por alguns setores da sociedade, é inegável o progresso que ela nos trouxe.

Mas como em qualquer ocasião, o bom senso cai bem, não é porque a tecnologia facilita sua vida que vai deixá-la mandar na sua vida, ninguém precisa se tornar um leitor de e-mail compulsivo, e-mails de trabalho devem ser lidos em horário de trabalho, quando for imprescindível que o leia fora do trabalho, estipule horários. Assim como e-mails pessoais não devem ser lidos no trabalho, mas se for realmente necessário, reserve horários apropriados como o começo e o fim do dia ou o horário de almoço. 

Lembre-se que a tecnologia deve facilitar sua vida.

Tenho para mim que toda a comunidade mundial conscientiza-se de que as soluções para voltarem a crescer passam por utilizar melhor a tecnologia e resgatar a máxima de que ela facilita a vida. Espero que os governos invistam na modernização de seus setores para facilitar nossa vida.

terça-feira, 3 de março de 2009

Apertem os cintos a empresa demitiu

A crise econômica tem sido a grande preocupação de executivos dos mais variados setores, e provoca uma grande perda de talentos.

Em algumas empresas a demissão se tornou necessária, entretanto os critérios escolhidos nem sempre preservam os seus talentos. As empresas investiram em treinamentos, formaram bons profissionais e estão simplesmente jogando fora seus talentos construídos ao longo de anos, no futuro devem contar com novos investimentos em treinamento para os novos profissionais. Mas o expertise perdido jamais será recuperado em sua totalidade.

Acredito que uma boa maneira de avaliar as demissões é estipular um critério que preserve os investimentos feitos pela empresa. Independente da predileção, o líder deve avaliar o quanto o profissional é importante para a empresa, e não para ele.

Eu, pessoalmente, acredito que um bom critério pode ser aquele proposto por Jack Welch, onde você cria uma matriz simples, considerando 2 fatores básicos: se o profissional vive os valores da empresa e se entrega resultados.


  • Os profissionais que acreditam nos valores da empresa e entregam resultados (quadrante 1), mantém-se, a demissão deles representa uma perda inestimável para a empresa.

  • Os profissionais que acreditam nos valores da empresa, mas não entregam resultados (quadrante 2), em uma conjectura normal poderiam receber treinamento e ser dada mais uma ou duas chances a eles, neste momento de crise, é preciso avaliar a permanência deles de forma mais criteriosa.

  • Os profissionais que não acreditam nos valores da empresa nem entregam resultados (quadrante 3), não há o que se pensar, seja em tempo de crise ou não, eles representam um prejuízo para a empresa.

  • Os profissionais que não acreditam nos valores da empresa, mas entregam resultados (quadrante 4), representam sempre uma decisão difícil para a empresa, mas a permanência deles por longo prazo causa prejuízo, pois vão destruir gradativamente a crença dos demais nos valores da empresa.

Obviamente, que essas condições deveriam ser avaliadas ao longo do desenvolvimento da empresa, com avaliações de desempenho regulares, mas se sua empresa não se preocupava em avaliar o desempenho de seus profissionais, chegou o momento em que se torna imprescindível. Principalmente, para as empresas que querem permanecer no mercado.

Se tiver que demitir, demita com critérios definidos, você pode até chegar à conclusão de que talvez seja o momento de renovar seu quadro de colaboradores, caso detecte que tem uma margem elevada de colaboradores no quadrante 3, e não disponha de recursos para treinar os colaboradores do quadrante 2.

Entretanto, se esse for o seu caso, crie estratégias melhores, pois há fortes indícios de que não está vendendo os seus valores da empresa internamente, nem dando as diretrizes certas para os resultados desejados. Pequenos ajustes na estratégia produzem grandes resultados no operacional.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Empresas que não aprendem

“Os analfabetos do século XXI não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusarem a aprender, reaprender e voltar a aprender.”
Alvin Toffler

Eu estava pensando nas diferenças entre a Era Analógica e a Digital, quando entrei na agência bancária de um grande banco de varejo que infelizmente ainda não se rendeu ao poder que a Era Digital dá.

Fiquei chocada quando percebi que não tinha uma forma de autorizar uma transferência bancária pela internet ou por telefone, eu tinha que preencher um formulário e levar até uma agência.

É no mínimo incoerente solicitarem tantas informações de autenticação de usuário e ainda assim eu ter que ir a uma agência, para provar que sou eu. O pior ainda estava por vir, munida com meu cartão eletrônico, o caixa foi consultar o meu cadastro para conferir assinatura, e voltou dizendo que meu cadastro precisa ser atualizado, entretanto não mudou nada na minha vida, ainda moro no mesmo endereço, se houvesse alguma mudança eu mesma teria proposto uma atualização.

Enfim, meu cartão eletrônico não foi utilizado, não usei minha senha. Eu me senti voltando aos tempos jurássicos dos bancos, será que ninguém informou ao banco que estamos na Era Digital, a Era em que as empresas fazem seus clientes trabalharem para elas, ou seja, disponibilizam meios na internet e o cliente faz todo o resto, e se sente satisfeito por isso.

Saí da agência determinada a mudar minha conta de banco. Claro que devo encontrar outro entrave, pois eles agem como se o dinheiro pertencesse a eles e não como se tivessem me prestando um serviço.