terça-feira, 3 de março de 2015

Como estabelecer a hierarquia de aprovação dos seus processos

Que fique bem claro que a hierarquia de aprovação em um processo de negócio raramente é a mesma que a hierarquia da organização.

Já vi um processo ser automatizado e colocarem o CEO para aprovar uma solicitação de desenvolvimento de produto. O que aconteceu? Certamente, o processo emperrou nele.

O CEO nas suas atribuições tinha outras prioridades, entre elas participava do Comitê de Produtos, onde essa decisão era tomada. A solução foi encarregar o Gestor de Produtos para manifestar a aprovação do comitê, amparada por evidência (ata de reunião do comitê).

É mais comum do que se imagina tentar colocar os níveis estratégico e tático no nível operacional, quando se automatiza um processo.

Para aclarar esses conceitos, vamos entender melhor a dinâmica entre os níveis:

O nível estratégico estabelece os objetivos e metas (um ideal ao qual se aspira), fornece a orientação geral para uma empresa (missão, visão e valores).

Traçados os objetivos, o nível tático entra em ação com os mecanismos para cumpri-los através de planejamentos (vincula os objetivos e metas estratégicas com as táticas).

Traçados os planos de ação, o nível operacional tem condições para coloca-los em prática (execução).

Por esse motivo, bons gestores de processo têm visão ampla do processo (conhecem seu propósito), contribuem com uma série de táticas (métodos de como fazer) para a eficiência (boa utilização dos recursos) e controle operacional (execução).

Para se ter um real controle organizacional, os três níveis precisam estar em harmonia, e nada impede que o desempenho da organização seja constantemente revisto e avaliado. O que se definiu no nível estratégico, foi planejado no nível tático, pode se provar inviável de ser operacionalizado, sem que algo seja revisto nos dois níveis anteriores.

Você deve ter percebido que o processo de negócio, ao ser automatizado, torna-se essencialmente operacional. Embora ele cumpra com objetivos estratégicos e táticos, o que na verdade ele automatiza são ações.

Tendo isso em mente, ficará fácil entender que sempre que uma pessoa em um determinado cargo executar uma ação no processo, ela exerce um papel e não um cargo.

Portanto, se o CEO entrar no processo de aprovação de uma contratação, por exemplo, significa que ele está aprovando um diretor (funcionário que será subordinado a ele), se a contratação for de um gerente, quem aprova é um diretor, na ausência dele outro diretor, somente na ausência dos diretores o CEO aprovaria. 

Isso porque a aprovação não é realizada por um cargo específico, mas por qualquer um que naquele momento exerça o papel de gestor do contratado, e nesse sentido, a aprovação pode vir, inclusive, de um par do contratado, se a ele tiver sido delegado o papel de gestor do contratado.

O CEO, certamente, aprovará a contratação de 20 técnicos para os próximos três meses, em um despacho com um representante do RH, de forma confidencial ou não, dependendo de seus objetivos estratégicos.


Automatizar Processos é um caminho que pode ser trilhado.


Não aconselho a automatização de processos nos níveis estratégico e tático, porque corre-se o risco de engessar essas decisões. Dificilmente o CEO entrará no portal e tomará a decisão, ele precisa ouvir as argumentações, analisar o mercado, os concorrentes e, sobretudo, precisa de agilidade e maleabilidade.

Por mais que eu ame melhorar a vida das pessoas por meio dos processos de negócio, que agilizem a comunicação, definam as responsabilidades, minimizem os custos e permitam acompanhamento dos resultados. Sei que aquele “click” de genialidade não pode ser empacotado e vendido como santo remédio. Ele nasce espontaneamente daquele momento em que os pontos são ligados e finalmente fazem sentido.

Concentre em automatizar processos críticos e relevantes para o negócio, comece pelos menores, eles trazem experiência para você e sua equipe, trazem, também, visibilidade para os resultados alcançados e você ganha o apoio tanto da alta direção como dos executantes para melhorar os processos mais complexos. Afinal de contas, quem não quer melhorias factíveis?«

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