Colocar a
automação de processos nas mãos de um desenvolvedor de sistemas é um grande
passo para o fracasso do seu projeto de automação.
Não se trata
de um sistema de gestão de processos? Por que falharia?
A área de
Desenvolvimento de Sistemas, inspirada pelas Fábricas de Software, para ganhar
produtividade, com raras exceções, transformou seus analistas de sistemas em
meros programadores.
É uma
tendência que constatei na prática.
Faça o teste: peça para um analista de sistemas construir um serviço para você (no papel de usuário), se você não especificar até as consistências que ele precisa fazer, ele certamente lhe devolve um serviço que não trata um erro básico, como o de não informar parâmetros. É capaz de você receber um “Hello World!”, ao invés de uma mensagem mais esclarecedora, como “parâmetros não foram informados”.
Veja bem, um
usuário comum não tem preocupações com consistências e segurança da informação,
se o serviço atualiza base de dados a atenção deve ser redobrada, embora em muitos
casos fornecer informação indevida seja muito mais perigoso.
O fato é que
por se tratarem de sistemas de gestão de processos (BPMS - Business Process Management System), muitas empresas
simplesmente os entregam nas mãos de analistas de sistemas, com o nível de
despreparo que mencionei.
Quem conhece
um BPMS sabe que ele é baseado em processos, portanto se não forem bem mapeados,
o resultado será desastroso.
São poucas
as empresas que conseguem implementar um BPMS, por conta desse pequeno detalhe.
É como construir uma casa sem um bom projeto, às vezes fica sem estrutura,
outras vezes torna-se uma obra interminável, e haja dinheiro gasto em
puxadinhos para tornar o lugar habitável.
Um bom
especialista em processos pode ajudá-lo a dar o pontapé inicial.
O mapeamento
dos processos é realizado pelo Analista de Processos, que deve conhecer bem as
regras de negócio envolvidas, e deve ter alinhado com o Gestor do Processo
(owner) todos os pontos divergentes, um processo só pode ser automatizado
quanto todas as lacunas estiverem resolvidas. Para facilitar o entendimento do
gestor, um protótipo das interações do usuário (formulários) deve ser
apresentado e validado por ele.
Se o
Analista de Processos não tiver as competências necessárias, ou se quiser abrir
várias frentes de trabalho, o desenvolvimento pode ficar a cargo de um Analista
de Sistemas, que tenha sido instruído pelo Analista de Processos sobre a
dinâmica do processo.
No decorrer
do desenvolvimento o Analista de Processos deve efetuar testes e avaliações
para verificar se o processo está aderente ao seu mapeamento, também deve estar
disponível para tirar todas as dúvidas do Analista de Sistemas.
O Gestor do
Processo e os envolvidos homologam o processo, e são treinados pelo Analista de
Processos para que ele seja colocado em uso (produção).
Creio que
ficou claro que o papel do profissional de processos não pode ser dispensado na
implementação de um BPMS, como várias empresas tendem a fazer. Sejamos
práticos, apesar de todas as inovações a respeito, a TI (Tecnologia da
Informação) das empresas ainda se encontra muito distante das necessidades dos
usuários para suprir adequadamente esse papel. «
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Expresse sua opinião!