sexta-feira, 20 de março de 2015

Papel do Analista de Processos na automação

Colocar a automação de processos nas mãos de um desenvolvedor de sistemas é um grande passo para o fracasso do seu projeto de automação.

Não se trata de um sistema de gestão de processos? Por que falharia?

A área de Desenvolvimento de Sistemas, inspirada pelas Fábricas de Software, para ganhar produtividade, com raras exceções, transformou seus analistas de sistemas em meros programadores.

É uma tendência que constatei na prática.

Faça o teste: peça para um analista de sistemas construir um serviço para você (no papel de usuário), se você não especificar até as consistências que ele precisa fazer, ele certamente lhe devolve um serviço que não trata um erro básico, como o de não informar parâmetros. É capaz de você receber um “Hello World!”, ao invés de uma mensagem mais esclarecedora, como “parâmetros não foram informados”.

Veja bem, um usuário comum não tem preocupações com consistências e segurança da informação, se o serviço atualiza base de dados a atenção deve ser redobrada, embora em muitos casos fornecer informação indevida seja muito mais perigoso.

O fato é que por se tratarem de sistemas de gestão de processos (BPMS - Business Process Management System), muitas empresas simplesmente os entregam nas mãos de analistas de sistemas, com o nível de despreparo que mencionei.

Quem conhece um BPMS sabe que ele é baseado em processos, portanto se não forem bem mapeados, o resultado será desastroso.

São poucas as empresas que conseguem implementar um BPMS, por conta desse pequeno detalhe. É como construir uma casa sem um bom projeto, às vezes fica sem estrutura, outras vezes torna-se uma obra interminável, e haja dinheiro gasto em puxadinhos para tornar o lugar habitável.

BPMS? O que é isso?

Um bom especialista em processos pode ajudá-lo a dar o pontapé inicial.

O mapeamento dos processos é realizado pelo Analista de Processos, que deve conhecer bem as regras de negócio envolvidas, e deve ter alinhado com o Gestor do Processo (owner) todos os pontos divergentes, um processo só pode ser automatizado quanto todas as lacunas estiverem resolvidas. Para facilitar o entendimento do gestor, um protótipo das interações do usuário (formulários) deve ser apresentado e validado por ele.

Se o Analista de Processos não tiver as competências necessárias, ou se quiser abrir várias frentes de trabalho, o desenvolvimento pode ficar a cargo de um Analista de Sistemas, que tenha sido instruído pelo Analista de Processos sobre a dinâmica do processo.

No decorrer do desenvolvimento o Analista de Processos deve efetuar testes e avaliações para verificar se o processo está aderente ao seu mapeamento, também deve estar disponível para tirar todas as dúvidas do Analista de Sistemas.

O Gestor do Processo e os envolvidos homologam o processo, e são treinados pelo Analista de Processos para que ele seja colocado em uso (produção).

Creio que ficou claro que o papel do profissional de processos não pode ser dispensado na implementação de um BPMS, como várias empresas tendem a fazer. Sejamos práticos, apesar de todas as inovações a respeito, a TI (Tecnologia da Informação) das empresas ainda se encontra muito distante das necessidades dos usuários para suprir adequadamente esse papel. «

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