terça-feira, 28 de julho de 2009

Discriminação no trabalho

Quando lemos artigos sobre a forma como as mulheres são tratadas em alguns países, nós ficamos arrepiados. Como pode uma mulher ser privada de estudo, ser obrigada a casar com um desconhecido, meninas serem vendidas, mulheres serem espancadas em praça pública, mãe abortarem seus bebês porque são do sexo feminino?

Respiramos aliviadas e dizemos, aqui é diferente, temos liberdade!

Mas não é bem assim, em todos os países do mundo há violência contra as mulheres, a maior delas é a violência doméstica, nem sempre comunicada às autoridades, ou comunicadas muito tarde, mas mesmo assim os dados computados são extremamente altos: 20% das mulheres do mundo foram vítimas de abuso sexual na infância e 69% das mulheres já foram agredidas ou violadas. Mesmo em países altamente desenvolvidos como EUA e França.

No Japão uma mulher na mesma função de um homem ganha 50% menos do que ele, quando a média mundial é de 30 a 40%, segundo a ONU. As empresas negam essa prática, mas ela ocorre mesmo em multinacionais.

O relatório global bianual do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) “Progresso das Mulheres no Mundo 2008/2009” lançado me Março desse ano, faz um alerta para descumprimento dos ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) na perspectiva da igualdade entre homens e mulheres. O estudo expõe dados sobre a realidade das mulheres no mundo em áreas como mercado de trabalho e economia mundial, poder e decisão, saúde, educação, justiça e violência. Este relatório registra que as mulheres têm menos oportunidades de se tornarem chefes. Enquanto 1 em cada 8 homens tem condições de chegar à posição de chefia, a média entre as mulheres é de uma em cada 40. Essa é uma da série de constatações do relatório, mas muito preocupante. Isso representa um desperdiço de talentos pelas empresas, pois muitas vezes o potencial de uma profissional eficiente está sendo subaproveitado por pura discriminação. Perdem as mulheres, a empresa e a sociedade.

O fato das mulheres ganharem no Brasil, em média 25% menos do que homens, sendo que o grau de instrução e capacitação das mulheres muitas vezes supera o dos homens é só a ponta de um iceberg, muitas mulheres não conseguem colocar seus maridos como dependentes em seus planos de saúde, por proibição das empresas em que trabalham. Apesar de 25% das famílias brasileiras dependerem do salário da mulher, pois a idéia de que as mulheres apenas ajudam no orçamento é forte.

Entretanto, as empresas se esquecem de um por menor muito importante nessa discriminação, tivessem elas mais mulheres em suas chefias, certamente perceberiam que as mulheres são consumidores muito mais ativos.

Com maior poder de compra, ou seja, salários compatíveis com seus cargos, elas elevariam o consumo consideravelmente.

Mas as empresas costumam observar as mulheres como problemas, pelo simples fato de que elas procriam. Por lei, elas ficam afastadas do trabalho, quando os filhos ficam doentes elas se ausentam, mas a conta de um investimento nunca deve ser pelo quanto vai custar, mas pelo conjunto “custo-benefício”, considerando o retorno a longo prazo.

Além disso, as mulheres estão dispostas a contribuírem com idéias e formas de melhorar essa relação. É também do nosso interesse crescer profissionalmente, e isso não acontece em casa, vivendo à custa de um marido.

Sua empresa precisa de talentos, não de discriminação.
Estamos no século XXI, já está mais do que na hora de agirmos com uma visão mais coerente como o nosso século. «

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Expresse sua opinião!