Existe a necessidade das empresas apresentarem resultados, isso é cobrado dos líderes o tempo todo, mas o que alguns líderes acabam encorajando ou eles mesmos praticando é o constrangimento de seus colaboradores.
A forma que cada pessoa lida com o que é considerado “poder” dentro de uma empresa é muito diferente, mas todo o subordinado quando chegar à chefia, fatalmente vai repetir o comportamento de seu chefe, portanto o assédio moral pode se enraizar na forma como sua empresa trabalha.
Empresas que absorvem essa prática perdem seus talentos mais criativos. Embora o assédio moral seja um crime, é muito difícil que um colaborador possa reagir de forma adequada, pois ele é agredido psicologicamente.
Muitos colaboradores passam anos aceitando as humilhações ou até mudam de carreira, acreditando serem incapazes em suas funções. O prejuízo emocional e físico é altamente negativo, esses profissionais estarão mais susceptíveis a doenças e falhas.
De qualquer forma, a prática não é saudável nem para os colaboradores assediados, muito menos para a empresa onde são praticados. Seja em absenteísmo, falhas produtivas, improdutividade e em alguns casos pequenas sabotagens, as empresas estão alimentando inimigos íntimos.
A tirania de muitas empresas pode vir manifestada pelas seguintes posturas:
A ocorrência de assédio tem se tornado tão corriqueira nas empresas que a psicóloga Margarida Barreto, mestre em Psicologia Social pela PUC de São Paulo, caracterizou alguns tipos de chefes:
- Impor sobrecarga de trabalho;
- Sonegar informações e criar dificuldades para a realização de um trabalho;
- Desqualificar as pessoas, não respondendo a solicitações, perguntas, cumprimentos, como forma de menosprezo, humilhação;
- Desmoralizar o trabalho ou colocar em dúvida a competência das pessoas;
- Mostrar indiferença pelas condições em que as pessoas trabalham, ou fazer cobranças desmedidas;
- Exaltar-se nas suas comunicações ao funcionário;
- Ameaçar constantemente com a possibilidade de desemprego ou demissão.
- Profeta: vê como um desígnio quase que divino “enxugar” a empresa. Trata as demissões como uma missão que tem que cumprir e se orgulha desta realização.
- Pit-bull: ataca, é violento e maligno. Tem prazer em humilhar e revela uma frieza próxima ao sadismo ao demitir as pessoas.
- Troglodita: é áspero, indelicado, rude. É precipitado nas suas decisões, implanta normas e todos devem se submeter ao que impõe.
- Tigrão: encobre sua insegurança, sua incompetência, agredindo as pessoas. Necessita fazer exibições do seu poder para se sentir respeitado.
- Mala-babão: promove-se adulando os seus superiores. É controlador e delator dos outros. É uma espécie de capataz moderno.
- Big Brother: entende que “não é com vinagre que se apanha Moscas”. Torna-se confidente dos seus colegas e usa desta vulnerabilidade para
expor as pessoas, rebaixá-las ou até demiti-las.
- Garganta: não enxerga a sua incompetência e tem necessidade de se auto-afirmar o tempo todo. Não admite que subalternos saibam mais do que ele.
- Tasea (“tá se achando”): esconde seu desconhecimento com ordens contraditórias. Se algum projeto tem sucesso, ele é o responsável; se fracassa, a culpa é dos funcionários, que são incompetentes.
Todo ser humano tem um limite de resistência a situações adversas. Além deste ponto começa-se a observar sintomas de sensibilidade exagerada, crises de choro, baixa auto-estima, pouco nível de tolerância, irritabilidade, pensamentos
negativos, ansiedade, tremores, taquicardia, insônia ou muita sonolência. Estas manifestações interferem no desempenho do trabalho, resultando em queda da produtividade e da qualidade, baixa motivação, medo de tomar decisões, pouca criatividade.
O assédio moral acaba acontecendo e se repetindo em muitas empresas em razão do medo, por parte daqueles que são vítimas, de perder o emprego, pois as denúncias de assédio, em sua maior parte, apontam como autores pessoas hierarquicamente superiores.
Atualmente, movimentos de funcionários que não se intimidam diante do autoritarismo têm levado muitas empresas a rever sua declaração de valores e a coerência das suas atitudes.
Fonte: Gestão do Capital Humano – Coleção Gestão Empresarial – Gazeta do Povo
A minha sugestão é que os altos executivos pratiquem o bom exemplo de liderança, mantenham canais isentos de comunicação com seus colaboradores, averigúem todas as denúncias de assédio moral e dê a punição adequada, e se for o caso, dê suporte psicológico aos assediados.
Não é um trabalho simples, mas se for realizado de forma preventiva você terá grandes resultados, pois seus colaboradores responderão de forma positiva ao respeito que a empresa dedica a eles.
Saiba que toda vez que um colaborador é humilhado por um chefe, ele e seus colegas enxergam que a humilhação partiu da empresa, e eles não estão errados nesse julgamento, pois as chefias recebem a delegação de poder, portanto cabe a empresa avaliar de que forma esse poder está sendo utilizado.
Mais informações sobre o assunto em Assédio Moral no Trabalho.
É inacreditável que nos dias de hoje ainda exista gestores com esse nível de raciocínio.
ResponderExcluirO ser humano é movido de motivação.
E que por causa da falta de profissionalismo muitas empresas andam fechando suas portas.